18 de jun. de 2011

Gamerat - Desenvolvimento de Games no Brasil: Vale a pena?

É comum a dúvida sobre qual carreira seguir. Elas pairam entre ser desenvolvedor ou analista. Ser de infra ou de programação. Estudar JAVA, C# ou Python. Programar para webmobile ou corporativo. Poucos, porém, apontam para o desenvolvimento de games como um caminho a ser seguido. 
Vale a pena investir uma carreira nesse mercado ainda em crescimento no Brasil?
Durante os dias 7, 8 e 9 de junho desse 2011 o mundo parou para dar uma olhada no que
acontecia na E3, o maior evento de games do mundo. Acontecida esse ano em Los Angeles, EUA, a E3 é responsável por abrir espaço para as grandes empresas lançarem seus jogos, apresentarem novidades tecnológicas relacionadas a consoles e, melhor, fomentar o mercado de um dos quatro pilares do entretenimento massivo – os outros são cinema, música e literatura. Diante disso, não havia momento mais oportuno para falar sobre esse assunto.

AS DIFICULDADES
Ainda é complicado se dedicar exclusivamente ao desenvolvimento de jogos no Brasil. São poucas as empresas que investem na criação interna, apesar de produtoras estrangeiras já captarem alguns programadores daqui, vide o baixo custo na contratação desses profissionais.
As universidades e os cursos de Informática ainda tendem a preparar os aprendizes apenas para o que o mercado já dita como top. Desenvolvimento de sistema financeiro, fiscal, sites, dentre outros. Esse cenário dificultoso, porém, tende a melhorar nos próximos anos, pois já temos cinquenta e sete cursos de graduação e pós-graduação voltados para a programação de jogos. No total, até a metade de 2011, quarenta e cinco instituições tratam do tema. Esses dados foram apresentados por Emiliano de Castro durante o debate “O Mercado de Games e Aplicativos no Brasil”.
Pirataria
Infelizmente, ainda é um tópico que sempre aparece quando falamos sobre o mercado de jogos. Devido aos altos impostos tanto em software quanto em hardware, o Brasil ainda tem um grande (e bote grande nisso) índice de jogos piratas e consoles desbloqueados (justamente para aceitar esse tipo de mídia). Iniciativas como a do Jogo Justo, quando um dia é tirado para que jogos sejam vendidos oficialmente bem abaixo do preço normal, ainda não são suficientes. A pirataria parece ser um problema da cultura do brasileiro e não só governamental (impostos, fiscalização). O desenvolvimento interno poderia baratear o jogo e assim mais pessoas teriam acesso ao título original e não ao camelô da esquina? Não tenho como afirmar, ninguém tem, mas poderia ser um bom começo.
NEM TUDO É RUIM

Hoje, desenvolver um jogo não é mais tão complicado quanto antes. Com os diversos frameworks e bibliotecas de programação facilmente encontrados na web, qualquer desenvolvedor aprendiz ou medianamente dedicado consegue fazer nem que seja um exemplo muito simples do que poderia vir a ser um game de verdade. Eu mesmo já fiz um, mas parei por aí. É verdade que os grandes jogos, desses que talvez você tenha na prateleira, necessitam de diversos profissionais com diferentes especialidades. Antes, porém, era complicado até maturar o conhecimento.
COMO COMEÇAR UMA CARREIRA?
A pergunta de um milhão de dólares! O desenvolvedor de jogos deve ser um programador completo. Caso o objetivo seja trabalhar em empresas gigantes – como Konami, EA Sports, Ubisoft – aquele que dominar determinados pontos talvez sobressaia-se. No Brasil, entretanto, com empresas médias ou pequenas, ou até empresas de um homem só, o profissional deve ser versado em design e programação e até na concepção do roteiro e narrativa do jogo. Um game sem história é vazio e praticamente nada.

Pré-requisito número um e indispensável é saber inglês. Os tutoriais e o mercado falam essa língua. 
Japonês Também seria bom (vide a japonesa Konami).

As linguagens a serem dominadas são: C, C++ e Java. Lua também pode ser uma boa opção. A linguagem é brasileira, inclusive. Muitas empresas a utilizam por ser uma linguagem extremamente rápida e com a qual muitas instâncias podem ser abertas independentes das anteriores. Sua utilização é geralmente na confecção dos menus, principalmente dos jogos muito grandes, como os MMORPGs, que sempre trazem uma gama quase infinita de menus. World of Warcraft é um exemplo de jogo em que ela aparece aliada a outras linguagens. Na PUC-Rio existem grupos e cursos sobre Lua. Com o crescimento da TV Digital no Brasil, o domínio dessa linguagem pode ser um trunfo excelente, pois junto com Java e o NCL, o desenvolvimento para o Ginga (nosso padrão), é com Lua. Já imaginou fazer jogos interativos para a TV?
Caso seja estudante, entre em um grupo de estudos do assunto na sua faculdade. Caso o grupo não exista, crie! Chame os colegas, cative-os e garimpe os talentos. Com o grupo mais maduro, tente criar um game. Quem sabe um puzzle para o Android, vide o custo-benefício. Fica a dica. Com isso, você acaba sendo o diferencial no curso, no mercado, além de já encaminhar seu trabalho de conclusão e, quem sabe, até uma empresa brasileira de desenvolvimento de jogos estaria sendo iniciada.
Alie-se aos diferentes tipos de profissionais. Nesse grupo citado no parágrafo anterior, envolva aquele que tem mais talento com computação gráfica, aquele programador sagaz, o que domina a escrita e até um que saiba falar e vender as ideias. É difícil, mas são esses perfis que um jogo precisa. Analisar o mercado também é fundamental, lembre-se disso.
Fora tudo isso, dominar 3D (OpenGL, por exemplo) e sprites é fundamental. Talvez a base de tudo, dependendo do tipo de jogo que deseja-se criar.


Finalmente, jogue. Jogue muito! Leia muito para desenvolver técnicas de roteiro. Veja um filme e tente enxergá-lo de maneira que interação apresentada seja mais profunda. Estude o mercado, entenda-o. Consuma títulos e tipos de histórias diferentes. Além, lógico, de ter sempre o prazer pelo que está sendo feito. Receita de sucesso batida, mas válida demais para esse assunto.
VALE A PENA?
Em outra oportunidade trarei entrevista de programadores da área que já tenham jogos publicados ou que trabalharam com isso em algum momento de sua carreira. São profissionais bem sucedidos, diga-se de passagem.
Desenvolver jogos imerso na realidade brasileira não deve ser nada fácil. O mercado criador ainda está acordando, diria que acabou de sentar na cama e os olhos ainda estão entre-abertos. Uns enxergam isso como empecilho, outros como uma grade oportunidade. E você?


popularização dos smartphones criou um forte submercado para os desenvolvedores. O jogoAngry Birds, por exemplo, foi desenvolvido por não mais do que dez pessoas e virou febre mundial dentre os usuários de iPhone e, mais tarde, Android – hoje, até versão desktop e web o jogo já tem. Ouso afirmar que este já é um dos jogos mais populares dessa nascente década. Um jogo simples que aposta na repetição, na fácil conquista e na beleza para cativar o jogador
fonte:http://www.dihitt.com.br/barra/desenvolvimento-de-games-no-brasil-vale-a-pena
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