O setor de games cresce em média 7,1% ao ano no Brasil. Só em 2011, segundo dados da consultoria americana PricewaterhouseCoopers (PwC), o faturamento no país atingiu R$ 840 milhões. E em Bauru, SP, grandes e pequenos projetos vêm provando que vale a pena investir neste mercado, mesmo que de forma independente.
Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), professores do curso de design industrial perceberam a demanda e o interesse dos alunos na área. Eles criaram o curso de game design, coordenado pelo professor Dorival Campos Rossi. “Estamos vivendo um ‘boom’ do mercado de games. Há um processo de gamification, ou seja, os processos de comunicação se tornam jogos. E a maior procura é dos “nerds", que são altamente informatizados desde pequenos e que gostam de apostar e, é claro, gostam de jogos", define o professor.
Os alunos são vidrados por informática e tecnologia desde pequenos. “As empresas que surgiram na cidade são de jovens, muito jovens. Mais velhos não têm o que fazer nessa área”, brinca Dorival.
Indie Games
Rafael Fantini da Costa é um deles. Ele é um dos sócios do estúdio MGaia de games na cidade que surgiu da parceria entre três alunos do curso de design da Unesp. Depois de vencer o Imagine Cup 2008 - a maior competição mundial de tecnologia para estudantes –, na categoria para desenvolvimento de games, os três decidiram investir o dinheiro da premiação em uma empresa.
Rafael Fantini da Costa é um deles. Ele é um dos sócios do estúdio MGaia de games na cidade que surgiu da parceria entre três alunos do curso de design da Unesp. Depois de vencer o Imagine Cup 2008 - a maior competição mundial de tecnologia para estudantes –, na categoria para desenvolvimento de games, os três decidiram investir o dinheiro da premiação em uma empresa.
“Faz tempo, mas a gente lembra como se fosse ontem. Começou de uma maneira bem indie. Nasceu do nosso desejo como estudante de fazer games, mas o problema é que aqui não tinha oportunidades. Então procuramos como começar”, conta.
E tudo começou com os projetos da faculdade e depois se seguiu a ideia do jogo que venceu a competição. O tema era sustentabilidade e então uma mistura de “Sim City” e “Tetris”, surpreendeu os jurados e levou a melhor. Um simulador era a base para o encaixe das casas e prédios que construiriam uma cidade. “O interesse veio porque adorávamos games, todos têm um histórico de muito tempo de jogar games. A gente não sabia se gostava de fazer jogos, mas gostávamos de jogar. Tínhamos uma curiosidade e deu certo”, afirma Rafael.
Para Rafael, o mercado “indie” é forte e essencial para o desenvolvimento de games nacionais. A empresa co-fundada por ele é independente e não tem uma publicadora – empresas que produzem e incorporam jogos de terceiros. “O indie vai do esforço, pessoas que investiram do próprio bolso, não têm todo o recurso. E o pessoal gosta desse tipo de game porque a gente tem que colocar um diferencial no jogo e isso chama atenção”, conta.
Mercado de trabalho
Ao mesmo tempo em que algumas empresas surgem a partir dos games outras precisam se render a eles. Outro exemplo bauruense é um negócio que desenvolve tecnologia para ser aplicada na educação. Por conta da demanda, profissionais são contratados só para atender aos pedidos de desenvolvimento de jogos com o apelo educacional.
Ao mesmo tempo em que algumas empresas surgem a partir dos games outras precisam se render a eles. Outro exemplo bauruense é um negócio que desenvolve tecnologia para ser aplicada na educação. Por conta da demanda, profissionais são contratados só para atender aos pedidos de desenvolvimento de jogos com o apelo educacional.
André Cola, gerente de educação, explica que o foco da empresa nunca foi game, mas concorda com as palavras do professor Doriva: o mercado se gamificou. “Hoje nossos clientes querem os conteúdos transformados em game. Muitas secretarias de Educação que atendemos pedem projetos do tipo e, então, desenvolvemos o jogo de acordo com a necessidade e com a orientação de profissionais da área”.
Quanto aos profissionais, ele afirma, são jovens. A empresa tem uma média de 140 profissionais que atuam como designer só no setor e, nenhum deles, tem mais de 30 anos. “São jovens dessa geração que nasceu jogando, que saíram agora da faculdade e que curtem games”, enfatiza Cola.
Rafael Fantini concorda com o perfil. “São nerds e jovens. Nossa média de idade no estúdio é de 22 anos. São 13 pessoas, desde produção, artistas, marketing. Dessas, nove são graduadas e quatro ainda são estudantes”.
Fonte: g1.globo.com
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